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20 de Abril de 2024
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    Secretaria da Saúde apresenta modelo de Serviço Residencial Terapêutico

    A Secretaria Estadual da Saúde (SES) abriu as portas do Serviço Residencial Terapêutico (SRT) ?Casa da Praça? à imprensa, nesta sexta-feira (11), com o objetivo de apresentar o novo modelo de assistência em saúde mental que está se fortalecendo com a desinstitucionalização dos pacientes do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP).

    Os jornalistas, fotógrafos e produtores de diversos veículos foram recebidos com um piquenique, realizado na praça em frente ao residencial, por Deco, Júlio, Pinheiro, Rui, Pôncio, Cacá, Gabriel, Terezinha, Cida e Elia, ex-pacientes do São Pedro que moram na Casa da Praça desde dezembro de 2013, e a equipe de técnicas que acompanha os moradores diariamente. “Aqui é possível promover um cuidado singular, que geralmente fica comprometido em instituições maiores e asilares”, afirmou a coordenadora da política de desinstitucionalização da SES no HPSP, Fátima Fischer.

    “No processo de retomada co convívio em sociedade, que envolve desde ir ao mercado até negociar o uso dos cômodos da casa, as capacidades de cada um vão sendo redescobertas. As novas experiências reativam subjetividades”, defendeu a psicóloga. Como exemplos, ela citou o caso de uma das moradoras da Casa da Praia que, ao visitar uma das cuidadoras, que tinha piscina, mostrou-se uma nadadora desenvolta. “A experiência de voltar a ter contato com a água daquela forma reativou a lembrança de quando ela nadava em açudes, mais jovem. Uma lembrança que ela não havia compartilhado durante seu longo período de internação no hospital”, relatou.

    Sobre a desinstitucionalização da assistênciaA desinstitucionalização dos usuários-moradores do São Pedro atende ao processo da Lei da Reforma Psiquiátrica, que prevê a mudança do modelo assistencial com o objetivo de fortalecer o cuidado em liberdade, produzindo apoio mútuo, autonomia e dignidade e promovendo o resgate da cidadania destas pessoas.

    Hoje, 183 usuários ainda residem no HPSP, enquanto 78 já estão vivendo em 35 residenciais terapêuticos, em Porto Alegre e Viamão. Outros quatro novos serviços desse tipo estão sendo preparados para receber usuários: duas casas na zona Sul e duas na zona Norte de Porto Alegre.

    Saiba mais sobre a Casa da PraçaO Serviço Residencial Terapêutico Casa da Praça foi inaugurado em 17 de dezembro de 2013, com 10 moradores, 7 homens e 3 mulheres. Eles são oriundos das unidades de longa permanência do HPSP, onde estavam há muitos anos, alguns possuindo mais de 20 ou 30 anos de internação por motivos históricos e variados: clínico, social, econômico ou familiar.

    A equipe que acompanha os usuários do residencial, coordenada pela nutricionista Maria Regina Almeida da Silva, inclui enfermeiro, nutricionista, assistente social, dois residentes (um terapeuta ocupacional e um psicólogo), 13 técnicos de enfermagem para atender 24 horas, uma cozinheira e um auxiliar de serviços domésticos. Uma cachorrinha, chamada Mel, completa o grupo.

    A equipe trabalha a mudança junto aos moradores, sensível a todos os fatores que ela envolve: o resgate de competências, o aprendizado de andar novamente pela cidade, a discussão das rotinas de uma casa, a reelaboração de seus medos e o aprendizado da negociação. Os profissionais também auxiliam no encaminhamento dos usuários para a rede de atendimento, que inclui Centreo de Atenção Psicossocial (Caps) e outras unidades para acompanhamento.

    Todos esses aspectos são trabalhados tendo em vista a promoção da autonomia e a reabilitação psicossocial, a fim de tornar possível a reinserção destas pessoas na cidade, na comunidade, no lazer, na apropriação de seus espaços, na retomada da relação das atividades terapêuticas.

    Rede de Atenção PsicossocialAlém dos SRTs, voltados para a assistência dos pacientes crônicos do HPSP, a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) também inclui a ampliação e qualificação de serviços para as mais variadas demandas em Saúde Mental. Ela conta hoje com 182 Centros de Atendimento Psicossocial no Estado, sendo 11 deles com funcionamento 24 horas. Trata-se de um serviço de atenção em saúde mental, álcool e outras drogas, com equipe multiprofissional, que acompanha situações agudas e persistentes, que demandam acompanhamento intensivo. Os Caps são responsáveis pela articulação da rede nos seus municípios e pelo encaminhamento à internação quando houver necessidade.

    A Raps também conta com 1.301 leitos incentivados em Hospitais Gerais, 810 leitos em hospitais psiquiátricos e 1.567 vagas em comunidades terapêuticas (567 contratadas pela SES e mil via Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – Senad). Complementam a rede 37 composições de Redução de Danos, em 20 municípios; 116 municípios com núcleo de apoio a atenção básica (NAAB) e 288 oficinas terapêuticas na atenção básica.

    Texto: Assessoria SES/RS
    Edição: Redação Secom

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